Conversando com os anjos
Como conversar com os anjos e obter respostas
Com os anjos aprendemos a dialogar com nosso mestre interior, que nos abre uma possibilidade completamente diferente daquela que vislumbramos quando olhamos para a nossa vida”, afirma a francesa Patricia Montaud, que viveu durante dez anos com uma sobrevivente desse grupo, a ex-campeã de natação e heroína de guerra Gitta Mallasz.
Gitta Mallasz, que recebeu comunicações do seu anjo (ou mestre interior) durante a Segunda Guerra Mundial.
Gitta Mallasz nasceu no dia 21 de junho de 1907 e sua existência poderia preencher várias vidas. Filha de um general das Forças Armadas austro-húngaras, primeiro Gitta foi campeã nacional de natação, idolatrada por toda a Hungria, depois artista gráfica, cenógrafa e, como intérprete do Balé Nacional Húngaro, ladeou grandes vultos da História, da rainha Mary da Inglaterra à Mao Tsé-Tung. Como Schindler, também teve a coragem, durante a segunda guerra mundial, de esconder uma centena de mulheres e crianças judias em uma fábrica de guerra que dirigiu nas proximidades de Budapest, e de salvá-las da garra nazista.
Em 1988, depois de um acidente de carro, ela vai morar com Bernard e Patricia Montaud no Vale do Rhone. Para ela, eles organizam conferências por toda a Europa. E porque eles se ocuparam de sua vida, Gitta vai se dedicar à deles, deixando-lhes como herança uma autêntica via espiritual ocidental de acesso à consciência.
E foi para o casal Bernard e Patricia Montaud que ela ensinou como entrar em contato com os anjos, ou a nossa metade luz, algumas vezes classificada de Eu Superior. É possível obter essa comunicação com base nas pequenas dores de cada dia, naquele sentimento que raspa o peito sem sabermos direito o que é. Dar um nome a ele, conseguir aliviá-lo é o bálsamo que o anjo pode nos oferecer.
A partir disso, é possível tomar uma nova atitude ante o sofrimento. Para chegar a esse ponto é preciso atravessar quatro etapas:
1. Silêncio
É necessário um momento de tranquilidade para acalmar os pensamentos e a turbulência emocional antes de se iniciar o diálogo. Cinco a dez minutos são suficientes.
2. Pergunta
Aqui, devemos procurar dentro de nós a dúvida verdadeira para questionar o anjo, sempre com base em uma dor vivida no cotidiano. O que, de verdade, preciso indagar para aliviar essa dor que me machuca? Exatamente o que provoca esse sofrimento? A pergunta precisa estar baseada na nossa mais íntima verdade, sem acusações contra o outro, sem julgamento contra nós. “É resolvendo as pequenas dores que poderemos ir desvendando os problemas mais complexos. Elas nos indicam o caminho da libertação de nossos bloqueios”, diz Patricia Montaud. “Muitas vezes a pergunta correta não surge imediatamente, e é preciso ‘esquentá-la’ com questões adicionais até chegarmos à questão certeira”, afirma.
Por exemplo: a dúvida pode estar ligada à dor provocada por uma resposta dura e agressiva recebida de um colega de trabalho. Pergunta-se, então, por que me sinto assim? O que naquela pessoa me incomoda? Em que ocasião no passado já me senti dessa maneira? E, assim por diante, até chegar à pergunta justa. Ela pode ser, nesse caso: “Por que me sinto acuada e sem ação toda vez que alguém me responde com agressividade?”.
3. Resposta
É a resposta do anjo interno, o diálogo com ele. Ela pode vir por meio de uma lembrança de infância, de um sonho, de um insight, de uma imagem, de uma voz interior. Quando a pergunta é adequada, a resposta chega como um bálsamo que alivia o peito imediatamente. No nosso exemplo, pode ser uma visão em que vejo minha mãe me acusar agressivamente de algo que não fiz, mas que não sei como provar o contrário.
4. Ato
É a parte mais importante do trabalho: o que poderemos fazer para nos libertar dessa dor. Pode ser algo simbólico, como colocar na carteira a foto de um advogado de defesa brilhante que atuou num filme, como se ele estivesse sempre pronto a atuar, em caso de necessidade. O ato, que tem sentido só para quem sofreu isso na pele, carrega em si a possibilidade de devolver a tranquilidade e a capacidade normal de agir e responder. Ou seja, ele tem a habilidade de trazer uma solução interna para um problema que se torna, então, consciente e administrável. E assim se cumpre uma das funções angelicais: ajudar-nos a ter o coração mais leve, para que possamos receber o amor de Deus e assim cumprir a tarefa individual de cada um sobre a Terra.
Fontes:
Patricia Montaud
Quem foi Gitta Mallasz:
Gitta Mallasz
https://www.wook.pt/autor/gitta-mallasz/39381
Casa Abril:
É possível conversar com os anjos? Sim!